segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sou incompetente por natureza, logo não me esforço para tanto.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Viver é entediante e ao mesmo tempo misterioso. A ausência da palavra ‘entediante’ em muitos dicionários é misteriosa. Entediar é um verbo. Entediante seria aquele ou aquilo que entedia, não seria? Tudo bem. Estou sendo espirituosa demais, e otimista também, mas o que me resta ser?

Talvez o nosso tão almejado veneno antimonotonia seja romancear os fatos. Criar, quem sabe, personagens absurdos e inexistentes. Criar histórias, enredos e papéis a serem observados pelo nosso olhar limitador e restrito. Inventar vidas fictícias para as pessoas que cruzamos nas ruas. Amantes, amores platônicos, desencontros, medos, crises existenciais. Por que não? A vida é mistério, mas é tão previsível quanto.

As coisas podem ser bem chatas às vezes. Acordar cedo, dor de garganta, falta de dinheiro. Esse querer ser feliz ‘para sempre’ nos aniquilou de vez, deixou-nos mais velhos e mais gordos. E mais desinteressantes também. Poderemos ser qualquer coisa: curiosos, questionadores, silenciosos e inquietos para sempre, mas, felizes jamais. Ser feliz acomoda e o comodismo nos impede de pensar.

domingo, 19 de abril de 2009

Por que a arte é tão solitária?

terça-feira, 7 de abril de 2009

Os dias da semana me servem de consolo, esperança. Nestes dias me rendo à realidade pura e simples. Dias em que não preciso esperar grandes acontecimentos, posso apenas viver e sobreviver em paz. Dias em que minhas expectativas não sucumbem além do trivial, uma torta de chocolate, quem sabe. Nestes dias que me permito, com louvor, viver de simplicidades, distraindo-me com coisas não tão magníficas e esplendorosas. Dias estes que me acalmam, aconchegam e protegem do mal que toda e qualquer decepção que uma grande expectativa poderá me trazer.

Chega então Sexta-feira, ah, que dia infernal. Minhas inquietações renascem, afloram. Cai o peso do mundo em minha cabeça: preciso me divertir de qualquer jeito, afinal, é Sexta-feira, não é? Encha sua cara e estrague suas idéias com um baseado barato. Expectativas para uma incrível Sexta-feira, por mais que em quase cem por cento das vezes, elas nunca se concretizem.

Sábado, então, o tormento aumenta. O dito melhor dia da semana precisa ser inesquecível. Pessoas reunidas, risadas inacabáveis, coisas divertidíssimas para depois contar aos idiotas dispostos a escutar. E não se tem desculpas, você não fez nada o dia todo, apenas leu... 'trate já de tomar um banho, vista sua melhor roupa e vá exibir-se por aí'.

Domingo é a tristeza do quase fim. 'Poderá fazer o que quiser, mas não até muito tarde, por que amanhã, infelizmente, a semana começa de novo'. Regras de comportamento. Padronização de felicidade. Ou faça isso, ou não viverá plenamente. Não perceberá o sangue da juventude correndo em suas veias. 'Só assim se é feliz, entenda'.

Eis que Segunda-feira surge como um sol para o meu coração aflito. Aflito por não se divertir nos dias em que deveria, aflito por não suportar felicidades programadas. Será que é assim tão fácil? Será que meu botãozinho cujo nome é ‘diversão’ emperrou?

Pensei nisso em uma Terça-feira normal, comum, trivial, chame do que quiser, na cozinha de minha casa enquanto preparava alguma coisa para comer. Pois, até onde meus parcos conhecimentos de mundo me sustentam, alguém em 'perfeita' e 'saudável' sanidade jamais me diria: Vai, minha filha. Vai sentar ali, tomar sopa em pó solúvel com bolachas água e sal e ser feliz.

Que belo conceito de felicidade este que me ensinaram.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Tenho observado, há bastante tempo, que existem muitas pessoas se utilizando de suas opções sexuais como motivo para vulgarização de suas palavras e justificação de suas atitudes grosseiras. Sem opção sexual especifica, cito heterossexuais, homossexuais, bissexuais, seja lá o que for, são tantas opções e apenas dois sexos.

É estranha a confusão que as pessoas criam para poder se encaixar em algum conceito, seja ele qual for. Elas parecem até querer e gostar dos rótulos que lhes são atribuídos. Os conceitos que devem se encaixar nas pessoas, não o contrário. Tenho notado, de forma gritante, que a liberdade sexual está se confundindo com liberdade de caráter.

Às vezes, se está ‘a favor’ da maré e acredita-se ter algumas vantagens por isso. Mas, penso, que as coisas funcionem de outra forma. Para ser homem heterossexual, por exemplo, são necessários várias pré-disposições, quesitos e cumprimento de certos padrões de comportamento. E saiba que independente da posição que você estiver, do lado que estiver, você terá que cumprir convenções. Temos consciência do quão desgastante é tentar se encaixar nos padrões a qualquer custo?

Outras vezes se está ‘contra’ a maré, contra pelo simples fato de não se ter a opção que é considerada a mais correta. Estar contra já é difícil e complexo, pelo simples fato de estar. Mas se extrapola, para variar. Só por que se está contra a maré em um determinado ponto, é preciso escancarar todas as portas e janelas e fazer o que bem entende com o resto, jogar valores e princípios pro alto?

Inversão de valores em todas as posições. Distorção de liberdade sexual, principalmente. Cada opção com sua dor e com o seu peso de existir. Cada um com suas confusões e inseguranças. Cada um agindo apenas, sem pensar, tantas vezes. Cada um existindo, aceitando e não questionando nada sobre si mesmo, sobre o mundo que nos cerca e sobre a sociedade complicada em que vivemos. Quais os valores que estamos pregando? De que maneira estamos agindo? Quais as sementes que estamos plantando, afinal?

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Quero a certeza, quero dados, tabelas e gráficos. Que saber tudo o que se passa neste instante e tudo que vai passar. Quero saber o amanhã e o depois de amanhã também. Quero ter certeza até das minhas próprias incertezas. Quero. Quero e preciso viver nesta tortura angustiante que é não ter certeza de nada. Existe algo absolutamente certo, estanque, indestrutível? Existe algo tão sólido que nada, absolutamente nada, é capaz de desintegrar? Isso, meu caro, esse controle, é falta de fé em Deus, na vida e, principalmente, em mim mesma.