O amor pode ser perverso às
vezes. Um inseguro se relaciona com outro inseguro e os mecanismos de tortura
começam a ser acionados. O inseguro um por ser possessivo e ciumento e não
querer lidar com as incertezas e instabilidades que só os sentimentos
proporcionam, começa a batalha de tortura: mostra bens, roupas, perfumes,
discursos, trejeitos – falsa segurança. O inseguro dois, por estar cego de
amor, crê fatalmente na encenação do outro e tenta agradá-lo a qualquer preço,
uma vez que ele se percebe como uma porcaria da existência. E assim estes dois
seres, estranhos um ao outro, iniciam a sua jornada pela estrada do amor, que
nada tem de amável. Se perdem em seus traumas e inseguranças, plantam novas
mágoas e ferimentos para o coração. Sessões de tortura física doem menos do que
qualquer tortura amorosa, ardem mais brandamente. Nada é comparável ao que se
provoca com a dor de amor, ao mesmo tempo em que nada é mais terno, e por isso
jamais deixamos de acreditar nele.
domingo, 6 de janeiro de 2013
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