terça-feira, 30 de setembro de 2008

O tédio que até então não havia me visitado, resolveu aparecer. Tão silencioso que só fui perceber dias depois, quando estava quase totalmente possuída por ele.

Sempre fui orgulhosa ao dizer que não era uma pessoa entediada, nem sequer poderia ser. Mas o tempo se encarregou de cruzar nossos caminhos, o do tédio e o meu. Não havia como fugir.

Aos poucos fui tomada por uma crescente falta de interesse pelas coisas, ou pelas pessoas, tanto faz. É como se tudo e todos fossem comuns ou previsíveis demais para poder surpreender. É como se nada, ou somente algo extraordinário, fosse capaz de me levantar dessa cadeira, ou sofá.

Desde quando me tornei assim? Ou sempre fui? Sempre serei? Ficarei eu me questionando a respeito do meu tédio desmedido até quando? Sinto, às vezes, certa vontade e faço alguns planos, mas agir está sendo difícil e cansativo, pelo menos até este momento. Preciso de atitudes, pois até então o resultado não é muito satisfatório: eu infeliz com 5 quilos a mais.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O que há dentro dessas mentes insanas que vagam por aí? Idéias de menos, frases prontas demais? Autoconhecimento de menos, mecanização demais?

De repente, um problema, e em segundos chovem frases bonitas, sentimentais e claro, prontas para a solução destes. De que adianta? Onde a vivência foi parar? Existe alguma filosofia de vida que se preze? Não sejamos incoerentes ao ponto de pregar uma coisa e agir de forma completamente oposta, ou serão as filosofias que estão acima do alcance de qualquer ser humano?

Serão as nossas tão sólidas filosofias dessintonizadas de nós mesmos? Ou será que a maior parte delas é tão rígida que envolve padrões inatingíveis? Provável que as músicas escutadas, os filmes que se assistem e os livros espalhados pelo mundo estejam bastante equivocados.

Talvez não existam cidadãos de bem, de caráter e todos os méritos encaixáveis. Talvez não exista ser humano coerente, muito menos delimitado a curtos gestos. Somos seres com sede de tudo e nada também, seres não padronizáveis enfim.
Existe algo, sei que existe, na verdade sinto. Não consigo traduzir, está acima de qualquer explicação. Apenas sei que por trás dessa negligência e superficialidade existe uma pessoa insegura e sensível tentando se encontrar.
Enquanto descansava, até hoje não se sabe por que, pois não havia motivo algum para qualquer cansaço, foi subitamente interrompida de seus devaneios por um simples despertar, um despertar para coisas casuais, e até mesmo para responsabilidades não tão importantes, menos ainda relevantes, mas que enfim eram responsabilidades.

Aquela interrupção, de alguma forma possuía uma profundidade até então desconhecida, e tinha um objetivo muito maior do que o ali percebido. Quem sabe fazer parar, fazer acordar, fazer parar de pensar e a partir dali começar a agir.

Acordar de alguma forma, do marasmo que a possuía e principalmente de sua falta de admiração pela existência, que eu naquela época chamaria de ingratidão cega. Acordar para as escolhas que poderiam ser tomadas e, para tudo aquilo que deveria ser eliminado de vez daquela vida.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Não guarde rancor, querido. Seremos, pela primeira vez, sinceros. Então, me diga: - Existiu em algum momento o amor? Você não o anda confundindo com tantas outras coisas confundíveis? O medo, por exemplo, que faz com que você se agarre de forma vital nas poucas coisas que te surgem. Por quê? Não reconhece o teu valor como ser único? Não percebe que em se tratando de aparências existem muitos semelhantes, mas que em matéria de sentimentos ninguém é capaz de te alcançar? Somos milagres, e as imitações apenas frustradas. Somos viajantes inconscientes de maior parte das coisas que estão a nossa volta. Portanto, querido, trate de acordar.

domingo, 7 de setembro de 2008

- Eles dizem.

É? Dizem? Porcaria de sociedade pré-fabricada. Não tem jeito, não temos mais motivos para lutar pelos nossos ideias, ou serão apenas ideais que nos foram tão bem impostos que não percebemos que não são nossos? Estou tão cansada de gente porcaria, gente leviana e mal resolvida. Cansada de cobranças. O mundo, as pessoas e as contas. Preto. Azul com cigarro combina? Sintonia totalmente desintonizada. Desencontro por desencontro, ainda fugindo do encontro. Aflição por paz. Paz por serenidade. Essa é realmente a estrada correta? Quando souber me avise.