quinta-feira, 7 de junho de 2007

De que adianta a tão almejada solidão se não tenho a tua companhia?
Na verdade, a única pessoa que me completaria seria eu mesma. Mas acho que estou contigo. Enfim só. Enfim pensando sobre mim, mas já não consigo pensar muito tempo.

Enquanto eu aqui com a lareira, o sono, a coerência e a solidão, tu estarás em um boteco qualquer, em casa, ou com alguma garota. Estará falando porcarias, em silêncio, e às vezes lembrando de mim, do dia em que me conheceu, do que fizemos juntos, e do que não fizemos também, lembrando do seu amor secreto por mim, e agora sabendo que ele é recíproco.

O mundo é imenso, a cidade perdida, e a noite infinita, onde tantas coisas podem acontecer sem que eu esteja presente, pra te ver conversar, fazer amigos, ou estar do seu lado apenas, só por estar.
Você toma uma cerveja, enquanto fumo meu cigarro, estamos quietos, felizes por não ter mais nada para pensar, temos um ao outro, e isso é suficiente.

Depois fugiremos, da solidão, das pessoas, dos nossos medos e incertezas, e quando finalmente chegarmos lá, sentaremos cansados, você vai dizer algo que nunca disse antes, e eu vou dizer que sim, que é verdade tudo isso, vou sentir que estamos mais próximos, sentir que está me abraçando, beijando meu rosto.

Eu podia estar juntando moedas para comprar uma misera carteira de cigarros, mas estava feliz. Sabendo que não era pra sempre, mas que naquele dia eu fui eu. Apenas existi.

Quem sabe um dia lembrarei de você com carinho, pensando sobre nossa história, que poderia ter sido feliz, não fosse a vida ser tão complicada. Mas por enquanto só consigo pensar nas coisas feias que restaram.