quarta-feira, 11 de março de 2009

Dói mais que qualquer despedida, qualquer desencontro. Dói mais do que qualquer dor dolorida. Mais que alfinete espetado embaixo de unha. Ah, as alegorias e as metáforas singelas, escolhidas de maneira aleatória em uma desesperada tentativa de tradução da realidade. Refiro-me, apenas, às tristes situações nas quais nos limitamos a emitir um simples 'olá' àquelas pessoas que há tempos atrás, inevitavelmente, fizeram parte de nossa vida. E a troca que antes fluía? O afeto, onde foi parar? Desculpa a sinceridade, meu bem, e quer acredite, quer não, ele se perdeu ralo abaixo.

Foi ano passado, acredito, que debati fervorosamente este assunto com uma amiga. Numa Sexta-feira, ainda lembro, aula de Inglês. Ela expressava seus sentimentos de maneira pura e verdadeira, tanto que ainda lembro nitidamente, e aquilo soou bonito para mim. Já haviam surgido outros, ela sabia. Mas a curiosidade era tortuosa quando a incentivava parar aquele ser, ser humano, já não mais fundamental em sua vida e, perguntar. Perguntar banalidades. 'Como vai vida'? 'Como vão as coisas'? E os amores que vieram depois de mim, quem são?

Sabemos da monotonia de nossas vidas enquanto simples mortais. Sabemos tanto. Sabemos que grandes e cruciais fatos não devem ter acontecido, nem pretendem acontecer. Sabemos até mesmo que você não mudou muito, em realidade, eu, displicentemente, mudei muito pouco. Continuo aquela porcaria que você já conhecia, aquela porcaria que você um dia amou e agora, repudia.